2 de ago. de 2011

O Assassinato e Outras Histórias


Autor: Anton Tchekhov
Editora: Coleção Clássicos da Editora Abril
Volumes: 01
Título e páginas: O Assassinato e outras histórias - 260 páginas
Período da Leitura: Mês de junho de 2011.

Resumo do Livro: Os contos de Tchekov tratam de situações cotidianas na cultura da Rússia pelo século XIX. Ele procurava retratar a sentimentos profundos dos seus personagens que parecer relatos de histórias reais das regiões próximas a Moscou. Mas as principais situações que são descritas com sentimentos que parecem agressivos, como se os personagens estivessem vivendo sempre momentos de monotonia ou raiva. As seis narrativas desta obra voltam-se para temas e ambientes menos familiares aos leitores brasileiros. Nessa excursão por um grande império provinciano, desfilam bêbados, funcionários, fanáticos e mujiques.

Comentário Geral: Os melhores momentos com certeza estão no primeiro conto: O professor de Letras e no principal O Assassinato, mas claro que isto se deve ao fato de serem mais "abrasileirados" para se entender. Os demais contos: Os mujiques, Iônitch, Em serviço e No fundo do barranco, não são atraentes porque Tchekov tem uma forma diferente de apresentar seus contos. Neles há histórias sem aventuras, algo do cotidiano, conversas amargas e muita religiosidade, que as vezes chega parecer uma crítica religiosa. Para quem esta acostumado aos típicos contos de literatura, que apresentam uma boa introdução e um final emocionante ou ao menos atraente, não irá encontrar isto nos contos de Tchekov, poderá, ao contrário, nem perceber que a história teve um final. Mas, só pode entender ou opinar quem lê, então... leiam.

15 de jul. de 2011

Aos Meus Amigos

Amigos: quero dizer-lhes como sinto orgulho de conhecer vocês, como lhes admiro.

Sua coragem, lealdade, confiança, responsabilidade, comprometimento, cumplicidade, determinação, honestidade... É tão positiva sua presença em minha vida.

Que bom que nos conhecemos, que bom que nos tornamos amigos, que bom que posso contar com vocês.

Saibam que a recíproca é verdadeira.

Não pensem que não me preocupo com vocês se não estou por perto, não pensem que paira no esquecimento nossas vivências, se ficamos tempo sem nos falar. Não pensem que não estou disposta a lhes ajudar se não repito isso diariamente.

Amigos: quero que saibam que adoro o fato de sermos amigos, e que lhes desejo do fundo de meu coração que estejam sempre bem de saúde, com paz em seus corações, que possam descansar suas mentes e seu corpo, sempre.

E que tenham um maravilhoso dia do amigo.

Adoro todos vocês.

Laudiane.

7 de jul. de 2011

O Melhor Frio de Paiol Novo

Algumas fotos do fantástico inverno subtropical...










Clique sobre a imagem para ampliar a fotografia.

20 de jun. de 2011

982

A nossa última enquete já finalizou, os resultados serão exibidos abaixo.
O título deste post é o número de acessos, como fizemos na publicação da primeira enquete.

Quais suas preferências em leitura?

Jornais e revistas: 4 votos
Crônicas: 3 votos
Romance: 3 votos
Ficção: 2 votos
Artigos: 2 votos
Poesia: 1 voto
Contos: 1 voto
Biografias: nenhum

A próxima enquete já está disponível, só rolar a barra e observar a sua direita. Participe.

14 de jun. de 2011

Projeto: "Você Sabia?"

O projeto de leitura “Você Sabia?” a ser desenvolvido em uma turma do ensino fundamental da Escola Municipal Giocondo Canali, busca demonstrar ao aluno a importância das informações e culturas que o envolvem e quais delas são fundamentas para seu futuro. Após a aplicação, cada aluno irá fazer a mesma indagação aos pais e trazer os resultados para serem avaliados em aula.

A atividade envolve os seguintes materiais: texto jornalístico (notícias atuais), música com temas atuais (não românticos), vídeo mostrando determinada situação de importância sócio-cultural ou física. Em contraposição haverá também textos sobre pessoas famosas, músicas sem desenvolvimento intelectual e vídeos sensacionalistas.

O objetivo é fazer um questionamento do aluno quanto à importância das informações que ele recebe. Quais das imagens, sons e leituras estão mais presentes em sua vida? Questioná-lo se sabia das informações que podem transformar seu futuro. 

E por fim como mediadores tornar viável a importância da participação familiar no selecionar das informações que os alunos recebem, ou pelo menos sensibilizar a família sobre sua falta de informações cotidianas e apego a leitura.

Mais informações serão postadas no blog com a seleção completa do material e a fase de aplicação na turma.

Eragon e a Trilogia da Herança.


Autor: Christopher Paolini
Editora: Rocco (Brasil)
Volumes publicados e lidos: 3
Títulos e páginas: Eragon  - 466; Eldest - 656; Brisingr - 720.

Resumo da História: Um jovem chamado Eragon criado pelos tios, encontra uma pedra em meio a uma caçada. Descobre que tal pedra é um ovo de dragão quando este ovo se rompe e dele sai Saphira sua fiel companheira, um Dragão que irá manter contatos telepáticos com o personagem e juntos irão se aventurar aliando-se a um grupo de Homens (Varden) contra o império de Galbatorix. Também ganharão apoio dos Anões e Elfos Mas muitos conflitos sociais ou tribais irão acontecer durante a história. E ainda os piores inimigos deles serão inicialmente Urgals e Ra'zacs, até mais tarde, outros dragões aparecerem para completar a aventura nesta história.

Comentário geral: Leitura agradável, porém se pegar todos os volumes seguidos pode chegar a cansar. O autor deixa bons espaços para que a leitura possa ser interrompida (capítulos ou intervalos - mudança de cenário) mas isto mais acontece nos dois primeiros volumes. O último particularmente é muito papo furado, mas é uma característica típica de quem escreve livros de fantasia ou medieval, tentar descrever muito os cenários e personagens. Tem vários momentos de ação em todos os volumes, mas quanto maior o livro com certeza também são maiores o intervalos de conversa entre os personagens. Linguagem facílima para crianças e adolescentes. Acho que o autor deixa a desejar na descrição dos tamanhos e distâncias, não necessitava ser específico (Km, metros, etc) Podia fazer comparações com espaços naturais, pois era o ambiente em que o personagem mais tem contato. Este é um erro que percebo em muitos livros que querem contar histórias antigas, fazem medidas ou comparações baseados em informações que só vieram a aparecer no final do século XX. O filme "Eragon" é muito fraco e perde bastante da história original do primeiro livro. Está previsto um novo livro para completar e terminar a história, eu preferia que tivesse encerrado em uma trilogia. A história não é tão incrível assim para ter mais de 3 livros.

Período de leitura: Janeiro de 2011 - Maio de 2011

30 de mai. de 2011

Velho Tempo Atual

Cuidado com a hora!
Ela te cuida.

A onde esteve?
Quando vai voltar?
Pode ser tarde...

O tempo é relativo...
Mas a vida não é!
E o tempo sabe...
O que você não será!

Cuidado com a hora!

Está ficando velho.
Sua pele se encarde.
Os dentes escurecem.

Onde esteve agora?
Cuidado!
O tempo amarela...
E não demora!

Atenção!
Cuidado com a hora!
Mas não leve tão a sério.
Ou o tempo te controla.

23 de mai. de 2011

Meio Médium

          Já cansado de viver em cidade grande, aceitei transferência para uma pequena vila escondida no interior de todos os interiores. Poucos bancários duravam naquele lugar – um cargo único: gerente e atendente - em poucos meses estavam a discutir com os clientes assuntos pessoais. A mim disseram: “para este cargo é necessário trabalhar, progredir, mas não viver”. É claro que aceitei. Parecia o lugar perfeito para garantir bons rendimentos pela vida alheia.
Em setembro quando me mudei, passei um tempo negociando com um solteirão a vaga no único prédio da cidade. Era tão único que provavelmente lhe negaram vender as tintas para terminar sua pintura.
- Imagine só, disse-me o pintor ao encontrar na rua, nunca se usou tanto de uma cor em uma só construção, era certo que faltaria tinta.
Mas isto era perfeito para mim. A cidade estava envolvida em uma cultura que os sufocava como uma serpente. Não se podiam expandir as idéias, e não se podia confiar em mais ninguém.
Como me fiz de homem sério, não demorou muito para conquistar confiança de muitos, saber todos os medos, as invejas, e abrir diversas contas e lotar o cofre para guardar tudo, pois ninguém podia saber quanto se tinha. O lema da cidade tinha que prevalecer:
“Simplicidade e fé”
Em menos de dois meses, já estava sabendo quem eram as putas da cidade – e isto me espantou porque era proporcional ao número de mulheres, segundo as fofocas; quem eram os homens trabalhadores, as maravilhosas esposas – que outra hora eram as putas. Mas havia também o famoso prefeito – que todos diziam - tinha o casamento mais perfeito onde qualquer luxuria era permitida.
Um dia veio verificar suas aplicações. Dr. Jorge - como chamavam, mas me pediu que fossemos íntimos, e que Jorge se tornasse a única palavra direcionada para chamá-lo. A voz grossa fazia as mocinhas que estavam na fila estremecerem imaginando aquele grande homem – em altura também – abraçando-as como força e lhes dizendo o que deveriam fazer para deixá-lo satisfeito. Cheguei até perder a atenção vendo seus rizinhos marotos.
Jorge me pareceu um homem realmente confiável. Tinha as palavras certas, que mais ninguém na cidade tinha. Mas um péssimo costume de apoiar a mão em quem conversava, e afagar a parte onde a mão estava, seduzindo até mesmo os velhos e barrigudos latifundiários da cidade. Isto sempre me deixava sem jeito, e aos poucos ia me desviando da sua mania.
Mas Jorge foi apenas um bom caso para se lucrar na cidadezinha.
Eis que um belo dia, a uma velha mulher, resolvo-me relevar como médium. Dom que percebi presente em minha cabeça ainda quando muito jovem.
Abro aqui um espaço para uma breve retrospectiva: um fantasma aparecia todas as noites em meu quarto, correndo da janela para a porta e desta de volta a outra. Até que meses fugindo de sua imagem por baixo das cobertas de minha cama resolvi indagá-lo:
- Não tens outro lugar para passear?
- Não há outra pessoa além de ti a me ouvir – falou uma voz que na certeza era minha imaginação, e continuei – preciso deixar um recado aos meus pais.
Tal recado era na verdade idéias faladas de vizinho a vizinho sobre o rapaz atropelado a alguns meses. Após ouvir, ou inventar tudo que ele me disse aquela noite, fui até o endereço pelo fantasma indicado, e por mim bem conhecido, falei a um casal todos os recados mórbidos de seu filho.
Naquele dia, percebi o dom que me envolvia, de tornar histórias naturalmente recebidas em fenômenos sobrenaturais. Os país choraram e agradeceram por milhões de vezes a mensagem recebida. E foi a primeira vez que recebi “presentinhos” pelos dons mediúnicos.
Como sempre tive a cabeça voltada para a matemática, fiz disto outra forma de lucro. E especializei-me ver sinais nos restos do café deixados pelas pessoas, mas nunca fiz curso para tal invenção.
Bom a esta altura, deves ter percebido que não podia eu ter envolvido tão bem dois “empregos”. Ou há mais lugares no mundo onde pessoas preocupadas com a vida bebam tanto café e deixem seus “sinais” sobre a mesa de um visionário.
Voltando ao caso da velha senhora, ela era o alvo certo para começar, pois as dívidas envolviam sua mente em uma tempestade de dúvidas que a impossibilitava de até mesmo escrever seu nome direito. E eu disse:
- Os sinais são claros em seu copo de café.
Ela arregalou os olhos enquanto eu analisava as imagens – não via nada a não ser restos de água suja e baba - formadas com as últimas gotas. Não precisei aguardar muito até que ela começou a me encher de perguntas, e assim contando fatos de sua vida, da onde pus minha criatividade em prática para ora acalmá-la, ora assustá-la.
Pouco tempo depois ela aceitou um novo plano de investimento, inviável é claro, mas perceptível somente em longo prazo.
E assim, como o adorável sistema da cidade pequena, aos poucos as pessoas souberam de meus dons. Mantinham segredo, passando de um por um, sem comentar em praça pública. O que se sabia só era passado para o mais intimo, que era íntimo de outro.
Um dia atendi um rapaz - perto dos vinte - que dois dias depois teve uma morte horripilante: havia se jogado no penhasco de uma pedreira. A cidade ficou abalada e começou um boato de que eu havia previsto tal barbaridade. Bom para os negócios, mas o rapaz tinha me deixado mesmo um legado de histórias que em breve eu iria por em jogo.
Após diversas consultas, certo dia, chegou-me uma dama, que era mesmo uma dama em todos os sentidos. Já havia a visto pela cidade, e chamava atenção pelo seu carinho com as pessoas e os vestidos que grudados ao corpo mostravam o desenho de mulher que qualquer homem queria possuir. Naquele dia ela veio depositar míseros cem reais em sua continha criada naquele momento. É claro que seu maior interesse era conversar na sala separada para atendimento especial aos clientes.
Ela nunca havia necessitado de uma conta, pois seu amado prefeito, tinha lhe sustentado a vida toda. Mas agora, além deste dinheiro ser seu início de um futuro incerto, estava ela interessada em saber da angústia que envolvia o marido, que não a abraçava mais, e passava as noites apertando um travesseiro e cheirando-o sem parar.
- Que fique somente entre nós! Preciso saber para o que devo me preparar, casamos em comunhão de bens, mas tenho medo que ele esteja envolvido em dívidas, e eu não receba nada caso nos separemos.
Por alguns segundos pensei que ela queria saber se seu sustentador estava envolvido em um caso, ou mais de um, como haviam me revelado ele e as demais envolvidas. E não pude perder a oportunidade me dada, ela precisava saber bem verdades, para falar muito mais sobre meus dons e se por confiante neles.
- Não é este o problema de seu esposo, dívidas não o envolvem – falei olhando sério para o copo de café que ela bebeu rápida e nervosamente.
- Então o que é? Um caso com outra mulher?
- É um caso sim, e não apenas com outra mulher.
Assustada, devia ter imaginado todas as secretárias e conhecidas que se aproximaram de seu marido e se aproveitaram de sua libido desenfreada.
Passou alguns minutos sem falar nada, apenas olhando para minha mesa. Sorte que o horário de atendimento já havia encerrado. Eu estava disposto a avançar não apenas no ganho com as revelações, mas também podia conseguir tirar uma lasquinha daquele corpo perfeito.
- Você consegue ver quantas são?
- Mulheres foram mais de vinte, mas há também...
- Por favor, não me fale! Seria horrível ouvir isto de um estranho também. Não acredito que chegou a tanto realmente.
- Minha Senhora, quem pensa com sexo, não sabe diferenciar os buracos.
Enquanto chorava, pegou papel e caneta, escreveu um recado para que eu retirasse da conta do prefeito o dinheiro que quisesse por esta consulta e colocasse como sua responsabilidade. E permaneceu lá chorando, enquanto fiz toda a papelada e coloquei sobre a mesa para que ela assinasse.
Naquele instante desisti de tê-la como mulher, apenas como amante quem sabe, pois me parecia sensível de mais a ponto de se propor a tais burrices.
Ela foi embora, mas não demorou muitos dias para voltar. O prefeito por sua vez, não vi mais no banco, e muitos comentavam que vivia trancado na prefeitura sem muito se comunicar. Nesse meio tempo mantive anotado tudo que ele mesmo já havia revelado, em breve poderia mudar o destino daquela cidadezinha, que nunca teve suas fofocas transformadas em uma ruína apocalíptica.
            Quando a Dama voltou, no final do expediente como da outra vez, estava disposta a ouvir mais.
        - Estou encaminhado toda a papelada. Mas preciso saber tudo. Por qual paixão ele chora tanto agarrado ao travesseiro?
            - Era seu parente o moço que faleceu na pedreira? – Comecei o contorno.
          - Que isto tem a ver com minha pergunta? – No momento pensei que ela não fosse como todas as pessoas a me consultar, dispostas a envolverem-se nos mistérios do além.
             - É que esta foi a última alma a se comunicar comigo em noites passadas.
             - Sim - ela concordou em meio ao choro - ele era primo de Jorge.
         Será que era? Primos sempre são vistos como estranhos, chegam de repente, se tornam grandes amigos e passam muito tempo juntos. Ela já começava a olhar fundo, imaginando toda a estranheza que envolvia o misterioso aparecimento do tal primo.
              - Pois bem, o travesseiro ao qual ele se abraça e chora todas as noites é o do jovem.
              Colocando a mão na boca, e fazendo cara de espanto ela perguntou com inocência:
              - Era o filho que nunca tivemos, ele me dizia! Não me admira que ele tenha ficado tão abalado. E eu imaginando que ele não tinha coração, querendo me ver longe de um traidor.
            Esta  mulher  era demorada para ser afetada pelos efeitos dos boatos maliciosos, mas eu não iria deixar passar tão fácil.
             - Mas  ele  não  o  via como filho, porque filhos são amados, este amor sentido era pensando com outra cabeça.
               - O que quer dizer com isto? Que tinham um caso como comentam pela cidade?
              Realmente  comentavam,  e nunca se sabe como se convenceram tão bem. Mas esta fofoca já esta no seu estagio final, a ponto de cegar qualquer esperança da Dama.
              - São  sinais  presentes  em  seu  copo.  A  sua  boca  beijou a boca de mais de um homem em um mesmo homem.
             Desta  vez  ela  não  escreveu  bilhete,  saiu  correndo do banco e desapareceu dentro do carro. Levando apenas o bilhete que lhe entreguei com meu telefone no início da sessão.
               Fiquei sabendo no outro dia, que a Dama havia deixado o tabuleiro, que o Rei permaneceu sozinho em seus passos demorados, e sobre este efeito também renunciou ao cargo dois dias depois.
                O fato é que dias mais tarde tive um pequeno momento de agrado após a ligação da Dama.
    A cidade permaneceu cega à idéia de que o prefeito abandonara sua Dama por um cavaleiro, mas a verdade estava escrita na história de sua juventude: o jovem suicida revelou-me dias antes em breves perguntas que aguardava o retorno de um poderoso homem aos braços de sua mãe; noutro dia o Vice - que nunca teve brilho - veio a mim ameaçando revelar que eu era um farsante, mas falando muito sobre o caso do filho bastardo que só ele sabia ser do prefeito, e que com isto poderíamos lucrar juntos.
            Num  acordo,  transformei  as esperanças do jovem em um martírio, para mim inesperado, mas superei. O dinheiro pago foi alto. E o boato espalhado pelo ”fiel” companheiro do prefeito foi drasticamente injetado em sua peça principal, não lhe deixando ouvidos para explicações.
             Por fim, sei que segredos são segredos com apenas uma pessoa. Um dia a imagem do fantasma suicida apareceu em meu quarto andado de um lado para o outro, e eu resolvi perguntar o que ele fazia por ali.
               - Vim garantir a verdade! – disse-me a voz do Xeque Mate.

15 de mai. de 2011

Amizade

Quando nos deparamos com algo que nos surpreende,
Quando nos faz bem apenas estar juntos,
Quando não precisa nem se falar para se entender,
Quando a diversão está pronta,
Quando a emoção é visível,
Quando mesmo longe se quer bem,
Quando.....
Quando se tem um amigo.
Amizade é bom de mais da conta.
Na amizade não se encena, não se representa, não há fingimento.
Amizade é compromisso, cumplicidade, diversão.
Amizade é "verdade".
É tudo de bom, é melhor, é muito mais do que ser você... É ser você completo.
Que bom que é ter amizades.
Gente, por favor, tenham amizades para serem felizes de verdade.

Emoção que o jogo traz.

Emoção a flor da pele
Parece até um castigo
Quando o meu time ganha
É o teu que corre perigo.

O Grêmio é o meu timão
O Inter de meu amigo
Se o colorado ganha
A tristeza fica comigo.

Não gosto de rivalidade
Grêmio ou Inter, tanto faz
O que importa de verdade
É a emoção que o jogo traz

Anos de Solidão



Um minuto, uma paisagem e diversos pensamentos. Em pouco tempo somos bombardeados por tantos momentos do passado e diversas projeções de futuro. Pensamentos que giram sozinhos em nossa cabeça, esperando que façamos pequenos atos para socializá-los pelo mundo.



Imagem: Eduardo Martinello
Música: Astor Piazzolla e Gerry Mulligan -Years of Solitude

13 de mai. de 2011

As dores do mundo

Sinto bem fundo, todas as dores do mundo.
Só que meu poema não conseguiu tocar em feridas maiores.
Abro os jornais e leio e choro e me arrepio
com a fome,
com a guerra,
com a Aids,
com a violência,
com a destruição do verde e da vida.
Tento escrever, mas sai um poema impotente.
Fico pensando: " As dores do mundo pedem canções ou exigem ações?"

Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a VIDA presente!


Carlos Drummond de Andrade

11 de mai. de 2011

500

Com mais de 500 acessos ao blog, vamos aproveitar o momento para publicar o resultado da primeira enquete.

A pergunta era: Quando há o livro e o filme de uma determinada obra literária (romance ou ficção), o que você prefere fazer?

Respostas:
1º - Ler o livro antes de assistir ao filme. = 55%

2º - Apenas assistir ao filme. = 22%
 
3º - Ler o livro após assistir ao filme. = 11%
 
3º - Escolher um ou ambos dependendo do tempo e acesso às obras  = 11%
4º - Apenas ler o livro. = 0%
 

Já está disponível uma nova enquete.
Participe.

9 de mai. de 2011

Brincar com as Palavras


Brincar com as palavras é um método de educar, viver, apreciar o mundo e expressar as mais diferentes formas sentimentos. Aqui vão algumas partes de poemas desenvolvidos neste jogo de viver e educar:

Poesia
É brincar com as palavras
Como se brinca
Com bola, papagaio e pião (...)
José Paulo Paes
Citado por Margarete.

A poesia tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música do mundo.
A poesia tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo o pão (...)
Elias José
Citado por Rosangela.

Emoção a flor da pele
Parece até um castigo
Quando o meu time ganha
É o teu que corre perigo (...)
Laudiane

Bloco Econômico é como um relacionamento
Há quem quer estar dentro para aproveitar
Há quem acredita estar para se gabar.
Nafta é um ficar
São trocados apenas presentes
Mas o México não entra com gente (...)

Eduardo

Imagem: conjunto de imagens para fundo de tela, sem referência a autor.

8 de mai. de 2011

.....Mas não sei como é que é....

Como faço nesta hora,
Pra esquecer desta senhora,
Que não conto por agora,
Por que longe agora está.

Não me importa a referência,
Se bonita de aparência,
Morena ou loira?
Tanto faz.

Gosto mesmo da lembrança,
De meu olhar de criança,
-Sentimento sem igual,
-Amor sobrenatural

Minha mãe sempre dizia,
Que o amor que ela sentia,
Nem com trena se media,
Talvez um dia eu sentiria
Se DEUS me desse ‘moral’

Sim, porque pra esta dádiva,
Não depende da vontade,
E isto sim é verdade,
Eis que agora sei dizer


Pra ser mãe tem que ter peito,
Ser merecedora de respeito,
Pois pra tudo ela dá jeito.

Mãe, tu és demais importante,
E eu te amo a todo instante,
E é o meu maior sentimento,
E é só seu,
Não tem jeito


Talvez se um filho eu tiver,
Vou saber como é que é,
Serei uma nova mulher

3 de mai. de 2011

Leilão de jardim


Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)

Cecília Meireles
Fotografia: Eduardo Martinello

29 de abr. de 2011

Pechada



O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.

– Aí, Gaúcho!

_ Fala, Gaúcho!

Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?

– Mas o Gaúcho fala "tu"! – disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato.

– E fala certo - disse a professora. – Pode-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são português.

O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.

Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.

– O pai atravessou a sinaleira e pechou.

– O que?

– O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.

A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.

– O que foi que ele disse, tia? – quis saber o gordo Jorge.

– Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.

– E o que é isso? – Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.

– Nós vinha...

– Nós vínhamos. – Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.

A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito.

"Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas "pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.

– Aí, Pechada!

– Fala, Pechada!

Crônica de Luis Fernando Verissimo

Ilustrada por Santiago

25 de abr. de 2011

Aprendi a Ler o Mundo

       Aprendi quando criança que tudo pode ser copiado, mas que temos que dosar certo, pois um erro pode ser crucial, aprendi quando criança que tudo pode ser resolvido facilmente, mas que temos que ser cautelosos, prudentes e sempre sempre sinceros, aprendi quando criança que dúvidas podem surgir, mas que se você manter a calma tudo se esclarecerá, aprendi quando criança, que o mundo não é um faz de contas, mas que dependendo da forma que se encara a situação, ‘ele’ pode se transformar em várias histórias muito agradáveis. 
        Aprendi a não dificultar tanto as coisas, a contar até 10, a respirar fundo....aprendi tanta coisa, aprendi inclusive que tenho que passar bons exemplos, que posso insistir nas coisas que, acredito, valham a pena, aprendi gostar de ser educadora, e tentar passar para outras pessoas tudo o que aprendi, e buscar aprender com elas mais e mais, porque, aprendi também, com o passar do tempo, que o aprender não ocupa espaço, não é pesado, e que quanto mais se ensina mais se aprende. 
       Aprendi também que as palavras mais carinhosas que proferimos, são as que mais nos deixam felizes e que os atos mais dignos, são os que mais nos enobrecem. E o mais importante, nada do que eu aprendi foi sozinha, contei com vários ajudantes, tive tantos amigos, tantos intérpretes deste mesmo sonho que hoje quero sonhar com outras pessoas, pessoas que realmente sabiam o quanto era importante minha formação, pessoas que me estenderam a mão, que me mostraram o caminho que eu devia seguir, pessoas que me deram amor, pessoas que me ofereceram subsídios para eu caminhar sozinha, sonhar sozinha, viver sozinha. 
       Só não aprendi voltar a ser criança, isto ninguém me ensinou, e nem continuar lendo o mundo de uma forma prazeiroza e faceira, como um bom conto infantil, sentir que sonhos são facilmente realizáveis, que não existe tristeza, nem desilusões amorosas, ah, e que aquela melhor amiga, será sempre a melhor amiga. 
       Hoje aprendi que todo o tempo que eu estive aprendendo, fizeram com que eu conhecesse tantos lugares, tantas pessoas, tanta coisa....e como eu progredi com isso, parece-me que as crianças de hoje, não se preocupam em aprender, querem mais é passar o tempo e não percebem elas que não estão carregando tanto saber, quanto eu carreguei, que não estão viajando tanto quanto eu viajei, que não estão buscando por um mundo onde elas gostem de viver. 
       É, eu aprendi viver no meu mundo, e aprendi também que a leitura me faz criar o mundo que eu quero viver.

14 de abr. de 2011

Viajar pela Leitura

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.


Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.

É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.

Experimente!

Assim sem compromisso,
você vai me entender.

Mergulhe de cabeça
na imaginação!
(Clarice Pacheco)

Dom Quixote

Acompanhe a música da banda Engenheiros do Hawaii, e ao final assista ao vídeo para apreciar todos os sentidos da leitura.

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça


Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.


Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.


Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas


Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas


(Engenheiros do Hawaii - Composição : Humberto Gessinger / Paulo Gauvão)
 

7 de abr. de 2011

Voo



Vejam a beleza das palavras de Cecília Meireles. Ela faz uma comparaçao perfeita entre as borboletas e as palavras...

Voo

Alheias e nossas
as palavras voam.
Bando de borboletas multicores,
as palavras voam.
Bando azul de andorinhas,
bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.
Voam as palavras
como águias imensas.
Como escuros morcegos
como negros abutres,
as palavras voam.

Oh! alto e baixo
em círculos e retas
acima de nós, em redor de nós
as palavras voam.

E às vezes pousam.

(Cecília Meireles)

5 de abr. de 2011

Transformações da EAD




As principais instituições de educação estão levando oportunidades e conhecimento através da EAD. Pequenos centros urbanos estão criando possibilidades de formação a seus moradores; áreas do interior do Brasil - com dificuldade de acesso à educação - ganham forças com os sistemas de EAD; outras instituições de ensino estão ampliando sua oferta de cursos e melhorando as tecnologias aplicadas à formação profissional. Estas transformações, resultados da EAD, reduzem as diferenças e criam oportunidades de acesso a conhecimentos sem limites.

31 de mar. de 2011

Além de ler... tem que viver...



Nada melhor do que começar um blog mostrando que a leitura se faz de diversas formas. E é preciso que sempre se compreenda algo com cada uma delas. Um sentido de intepretar o Mundo....

Começamos pela visualização...

As palavras desta leitura são criadas em cada pensamento, em cada sentimento. Alguns gostam de compartilhar o que veem, porém outros sabem que cada um vê a paisagem de uma forma, e por isto, não importa o que você disser, a pessoa só saberá ler a imagem quando aprender a vivenciá-la.